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terça-feira, 24 de março de 2015

domingo, 25 de janeiro de 2015

Ao homem que inventou sonhar

O limite e o impossível realmente existem, mas nem sempre são tão próximos quanto você imagina. É possível criar, é possível inventar, é possível enquanto aquele que acredita existir e não desistir. Seja um humano de coração aberto e alma plena, seja aquele que faz com que os outros acreditem que ainda é possível. Somos capazes de muitas coisas, só temos de escolher por qual caminho iremos trilhar.







terça-feira, 25 de novembro de 2014

Por que não?

Todos nos enfrentamos algumas situações ao longo do dia que não possuímos respostas prontas ou atitudes concretas. Em geral, essas situações são aquelas que nos levam a questionamentos sobre a nossa postura enquanto pessoa ou sobre aquilo que acreditamos que seja certo. Esses eventos repentinos afetam o nosso conceito em relação a nossa personalidade.

A maioria das pessoas considera esse acontecimento ruim, sente a vivência como desagradável e evita a qualquer custo passar por ela. Existe uma explicação simples para isso, os seres humanos enquanto mentes conscientes tentam manter a estabilidade mental em um nível regular, algo que esteja fora daquilo que já temos como parte de nós tira a homeostase (equilíbrio) do ser.

Porém se esse fenômeno afeta a todos negativamente, por que falar dele? Se é algo que não sentimos bem ao experienciar, será mesmo necessário discutir o assunto? A resposta a essa pergunta é simplesmente: por que não?

Uma experiência negativa ainda sim é uma experiência, um registro, uma memória de algo. Se não sentimos bem diante de uma situação devemos observá-la com mais cuidado para saber o que não nos causa bem, qual aspecto daquele momento específico causa o incomodo, a dor. Esse pensamento parece estranho à primeira vista, observar aquilo que nos faz mal, mas é essa observação que nos torna mais flexíveis, permite a pessoa passar por várias situações sem aquele estranhamento, sem sentir algo errado. Abrir-se para algo novo provoca uma amplitude da mente, um aprofundamento de si.

Sempre que se deparar com algo que lhe causa resistência, que você não se sinta bem, pare por um momento e pergunte a si mesmo: “por que não?”, se não conseguir um argumento que seja racional e plausível o suficiente para te convencer que não deve fazer, apenas tente. O máximo que podemos adquirir da vida é uma experiência que não deu certo, o resto é ego ferido.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Em busca do mistério (Eu maior)

“Tudo um dia será nada e esse nada será tudo que tanto procuramos encontrar”.

O filme documentário “Eu maior” é uma iniciativa belíssima que reuni personalidades nacionais contemporâneas para discutir questões relativas ao ser humano e também transcendentes a ele. Desde as artes até filosofia pura, incluindo caminhos que passam pela ciência e religião, todos têm voz para expor seus comentários, divagações e argumentos sobre a vida, o Eu, a alma, o sentido da existência, a felicidade, entre outros.

Através de monólogos que se tornam diálogos com a câmera e as questões ali permeadas, tudo fica fluído, as visões começam a criar pontos de convergências e se percebe que ninguém está longe um do outro.

Tudo se conecta e tudo quando trabalhado consigo mesmo através de outras percepções inclusas nos levam ao aperfeiçoamento pessoal. Na vida ninguém para impune por nada. A vida seria um autoconhecer contínuo através da expansão da consciência e da transcendência metafísica. Para isso, atravessamos as grandes ondas do conhecimento humano: a matéria, a vida, a mente, o espírito/individualidade.

 A vida não tem sentido, o viver seria o sentido. Viver seria uma eterna despedida. Seria nos transformar em algo diferente do que fomos ontem e tentar ser amanhã algo além do que somos hoje. Na mutabilidade do ser a vida é muito curta para ser pequena.

O ser humano deve aceitá-la dentro de sua beleza, que implica nas tragédias, nas crises, na imperfeição. Aceitar que tudo depende de nos livrarmos daquilo que não tem importância, daquilo que é irrelevante e ficarmos atentos à consciência de que erramos, somos imperfeitos e muitos vezes inadequados. Não nasci pronto e vim me fazendo. Durante esses encontros e percepções surge a grande questão: “quem sou eu?”.

A esta pergunta cada um terá sua resposta em particular. Mas é necessário discernir o problema, a grande questão necessita de um olhar com consciência (um olhar presente) para a introspecção de que o ser é a base do processo e o fazer é apenas um auxílio no percurso. Manter em mente que nessa busca podemos nos tornar melhores em todos os sentidos, para tentar sair da vida melhor do que entrou.

Cada um constrói seu projeto individual, nessa jornada de crescimento pessoal, a pessoa encontra o que a leva a introspecção (uma montanha, uma onda, um trabalho) para que possa olhar com atenção (contemplar) a si mesma. Esse projeto apesar de ser individual só pode ser realizado no contato com o outro, na convivência com as nossas inúmeras relações que enriquecem e abrem espaço para compartilhar. O revelador acontece num momento muito fugaz e só pode ser visto por quem está em movimento diante de suas fronteiras.

Com a roda cíclica do homem girando sempre mais, ele pode ser melhor sem sentir vergonha das várias pessoas que já foi e sentir feliz pelas várias pessoas que será. Na existência, não importa quem se é em si mesmo, mas a falta que faz para os outros, uma existência em relação, em comunicação, assim, no fim de nossa passagem, podemos nos perguntar: quem sou eu finalmente? E qual a importância que tive para os outros? Fui feliz e trouxe felicidade?

Por fim, fica a questão da felicidade. Ser feliz não é um estado de espirito, seria uma ação. Felicidade é autoria, estar bem consigo e os outros, no lugar aonde se deseja. Alguns consideram se desfazer de nossos desejos, dessa ânsia de falta que sempre nos mobiliza a incessantemente querer algo. As pessoas esperam o tempo de serem felizes, no entanto não existe uma estação e sim um maneira de viajar.


Essas são algumas das minhas percepções sobre o filme. Sua densidade e complexidade se encontra em outro patamar além disso. Minha intenção é deixar alguns pontos que mais me chamaram a atenção. Vale muito a pena ser visto. Abaixo do texto está o link para acesso no youtube.

https://www.youtube.com/watch?v=V0gquwUQ-b0

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

A Batalha

“O homem é uma tempestade dentro de si”.

As ocasiões e as fases do nosso próprio desenvolvimento enquanto pessoas nos colocam em situações das mais variadas possíveis e parece que o referencial para dizer se elas são boas ou ruins somente pode ser avaliado após o acontecimento. Recentemente uma situação ocorrida com uma amiga chamou a atenção para esse fato, que independe de como ou quando, somos algumas vezes obrigados a entrar em contato com a nossa tempestade e realizar mudanças.

Essa amiga desenvolveu um câncer. Esse tumor maligno que vem de nossas próprias células a colocou em uma situação muito difícil, sempre uma doença é uma batalha extenuante. A doença exige muito do ser, pois ela nos combate no físico, emocional, psíquico, social. Porém, o que me chamou a atenção nessa situação não foi o adoecer em si, pois quando ela se instala, nossas opções são poucas, o que resta é tratar.

O que me chamou a atenção e me fez ficar maravilhado foi sua postura diante do desafio, coloco nesse caso a palavra desafio que parece que para ela nunca foi uma doença, ela tratava como um obstáculo a ser superado. A sua luta foi incrível, cirurgia, quimioterapia, ela passou por tudo e hoje se encontra livre do tumor inicial e o resultado dessa mobilização toda também está na retirada de outros tumores da sua vida. Ela fez muitas mudanças, alterou os rumos dos seus próprios passos, encontrou sua vontade de viver.

Neste momento, está linda, esbanja alegria, força, desejo, superação. Na verdade, voltou a ser uma pessoa que havia sumido por muito tempo, voltou a ter as características que chamavam a atenção nela. Mesmo que pareça cruel, certas situações indicam que as doenças, tragédias, dificuldades da vida tem sua utilidade, como se fosse o choque que faz nosso coração voltar a bater depois de uma longa parada ou depois de um longo período de ausência algo nos sacode e joga tudo para o ar. Quando uma doença se instala, o que resta é tratar, talvez o que resta seja o mais importante. Sempre o resto nos coloca numa zona de incomodo e mobilização.

Claro que ninguém quer que algo assim aconteça, mas parece que não podemos ficar longe de nós mesmos por muito tempo. Se não damos conta de nossas tempestades internas, elas podem se tornar bem maiores e suas exigências também. O homem que não encontra consigo mesmo ao longo de sua vida, pode ser obrigado em algum momento a bater de frente. O homem que não se conhece, não sabe aonde reside o maior inimigo.

Se fosse colocar em outras palavras, eu diria: “pare para pensar, antes que uma parede se coloque na sua frente e não sobre outro caminho para seguir”. Se conheça um pouco mais, dê um tempo para você mesmo, descubra aquilo que vem te fazendo mal ou incomodando. Canalize suas energias em algum lugar antes que elas escolham seu lugar, encontre um equilíbrio para si. E mesmo que seja muito, muito difícil, tente ver algumas coisas com outros olhos. Nada no universo fica estagnado.

E deixo meus abraços a minha querida e forte amiga.

Depois da hibernação

Férias, descanso, mudança e tudo de uma vez só. Final de ano costuma ser uma oportunidade incrível para dilemas e resoluções. Sempre fica uma sensação diferente e com tantas coisas acontecendo, precisei tirar um tempo, mas para o que é bom sempre voltamos e retorno a casa novamente. Dessa vez mais. Para começar...

"O ser sempre transcende a aparência. Quando você começa a descobrir o ser que há por trás de um rosto muito bonito ou muito feio, se despindo de todos os seus conceitos internos, e de seus sempre existentes preconceitos, as diferenças tendem a desaparecer, até simplesmente não importarem mais".

                                                                  William P. Young

Primeira missão do ano e já começa difícil.

Abraços.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Memória

Para viver, em muitas ocasiões precisamos abrir mão das nossas memórias e do nosso sofrimento. Se nos concentramos nisso, nosso mundo fica limitado e a nossa visão turva. É como se tivéssemos a possibilidade de segurar o mundo inteiro, mas mantemos uma única coisa na mão. O sofrimento se torna válido quando nos trás aprendizado e não quando deixa apenas a dor.

Frases pessoais

Em alguns momentos, penso, falo e escrevo frases que gosto muito de ler depois e decidi compartilhar. Principalmente quando tenho ótimas conversas.

"Amar é um processo livre, uma relação de e com escolhas."

"Deixar um pedaço de você pela pessoa que você ama, não quer dizer deixar de ser a pessoa por quem ela se apaixonou."

"O medo de perder nos tornar pessoas passivas, a mercê dos outros."

"Todos nós temos as nossas partes escuras, o pior não é as termos, mas não conhecê-las. Porque nesse momento não nos damos conta quando elas se manifestam."

"Não é um homem ou mulher que torna o outro incrível. São pessoas incríveis que se encontram para seguirem juntos e compartilharem suas forças, suas fraquezas, suas  vaidades, seus erros. O mais importante é cada um aceitar a si mesmo e ao outro."

Eu e a psicoterapia

Ás vezes eu me pergunto: o por que dá terapia?
Afinal, como um profissional que trabalha na área, 
precisava de uma reposta que eu sentisse como 
o bastante para mim, para me passar a confiança
de me comunicar com as outras pessoas 
e isso sempre muda ao longo do tempo.
Como eu mudo, preciso que as minhas respostas 
mudem comigo. E descobri através dessas mudanças
o porque da terapia. Todos nós seres humanos 
nos perdemos em vários momentos da vida 
e nesses momentos precisamos de alguém, 
esse alguém não é aquele que nos mostra 
o caminho para seguir. Ele nos acompanha 
até reencontramos o caminho e trabalha conosco 
os percalços que já passamos, vamos passar
e estamos passando. Quem deseja uma receita 
pronta vá fazer um bolo, pois nós trabalhamos
é com pessoas e isso é um desafio 
pelo qual vale a pena caminhar.

domingo, 3 de novembro de 2013

Quando eu era criança

Recordo-me de muitos detalhes da minha infância. Tive uma infância extremamente televisiva, banhada a desenhos. Minha mãe sempre foi muito medrosa e possessiva, não me deixava sair de casa para brincar com meus amigos, então a única companheira que sobrou foi a televisão. Via todos os desenhos possíveis e era apaixonado com os super-heróis e com aquele mundo de fantasia.

Batman, Superman, Homem-aranha, Power Rangers, entre milhares de outros. A lista de desenhos que eu assistia era incrível, foi a melhor babá que tive. Isso para uma criança que não saia de casa, quase não tinha amigos e uma imaginação fértil era a receita certa. Eu vivia imaginando coisas fantásticas. Sonhava em ser um super-héroi, desejava ter super-poderes. Eu queria salvar as pessoas, criar um mundo melhor.

Era apenas uma criança de 7 anos de idade e já queria salvar a humanidade, objetivo um pouco grande não acham? Somente com super-poderes para realizar essa empreitada. Mas a medida que os dias passavam, que eu crescia, a ideia ficava cada vez mais distante. Os super-poderes não vinham, continuava com poucos amigos, minha vida televisiva me colocava mais fechado em um mundo próprio.

Tive um grande período em que não conversava com ninguém na escola, era da sala de aula para casa e de casa para a sala de aula sem abrir a boca para falar nada, tinha vergonha até de fazer perguntas ao professor. Enquanto isso, meu mundo pessoal existia com muita fertilidade. Acho que aprendi a sonhar com a minha mãe e me tornei um grande sonhador. Tinha histórias completas na minha mente, meus poderes variavam em grande quantidade. Em cada história podia fazer uma coisa diferente, ajudar alguém diferente.

A realidade é um fermento poderoso para quem quer ter poderes, afinal o mundo é cheio de coisas erradas e sofrimento. Os telejornais me davam material de sobra. As mazelas da nossa sociedade são inúmeras e as dores são variadas. Foram muitas narrativas e o tempo continuava passando, nem meus sonhos podiam barrar a força da realidade e as cobranças que essa me fazia. Mais cedo ou mais tarde nós temos que crescer e assumir uma postura no mundo.

Hoje, com toda a experiência que acumulei até agora e a visão pessoal da vida, eu percebo o porque de ser um super-herói. Além de uma ética impecável, uma visão e uma prática do que é o Bem. Eles são abdicados, pensam no futuro, no bem-estar do outros e com isso ensinam lições preciosas as pessoas. Assim como eu queria ser. Os heróis são modelos para todos. No entanto, existe algo que as pessoas não percebem a respeito deles, a maioria das personagens que vemos têm um história marcada por alguma tragédia, algo que os mobiliza a fazer diferente, a fazer a diferença. E também, com a tentativa de mudar o destino, os heróis querem ser reconhecidos em alguma medida.

Quando digo ser reconhecidos, me refiro a estar numa posição em que os outros te vêem e te admiram. Ser herói é ser aceito por todos. Para alguém com poucos amigos é um ponto forte para impulsionar um desejo e um sonho.

No entanto, como fazer isso tudo sem nenhum super-poder? Como ser reconhecido? Parece que nem sempre a realidade consegue derrubar os nossos sonhos, encontramos formas diferentes de sonhar e os adaptamos ao que nos é fornecido pelo real. Na medida que vivia minha adolescência  percebi que tinha poderes, não super, mas fortes o bastante que me permitiam fazer a diferença.

Descobri uma capacidade incrível de ouvir o outro e de entender a sua realidade. Fazer com que a outra pessoa se sentisse confortável e acolhida na minha presença. Percebi que as minhas palavras poderiam dar esperança a corações cansados e incentivar as pessoas a continuarem a viver, a realizar mudanças em sua vidas. Talvez não conseguisse salvar a humanidade, mas encontrei um caminho que poderia salvar uma pessoa de cada vez.

Fazer a diferença não implica em fazer coisas grandiosas, faraônicas  mas fazer aquilo que lhe faz bem, usar suas capacidades ao máximo, sem desperdiçar nenhum talento e consequentemente ajudar as pessoas no seu caminho a terem uma vida melhor.